O céu sorriu para mim
Bem no canto de uma certa estrada
Fitou-me com um brilho vário e Gentilmente, tocou-me a pele
Passou por mim veloz,
Uma outra vez assim
Ainda lembro do instante
Em que o céu sorriu pra mim
Não era dia, estava escuro
e por volta da meia-noite,
apenas seus olhos a me observar
em cintilos e versos mudos,
suspiros vãos a me consumir os minutos
Até hoje não consigo acreditar,
Que por mais uma vez,
à beira-mar
O céu sorriu pra mim
Queria contar-me as estrelas
Nos grãos de areia
E fazer quieto meu coração
no balanço da maresia
Não resisti e em seus encantos
Me detive
Meus lábios ardiam flamejantes
Motivados por uma nova razão
Tive, num interstício de segundos
todo amor do qual jamais tive novamente
Encantos mil
De um momento sublime no qual
padeceria até o mais valente guerreiro,
Como que à espada do inimigo
Agora não olhava mais ao redor
Não importava
O céu amou a mim
O céu amou amim
Dormi recostado em seu dorso,e
Pela manhã
De algum modo
não brilhava mais seu semblante
Convenci-me que, enfim
Como toda paixão,
Este romance acabara fugazmente
Ao primeiro raio de sol
Mesmo assim
O aguardo na janela
Pois não cesso de acreditar
Que mais uma vez o céu sorrirá para mim
(Osvaldo Soares Queiroz Júnior)