homenagem à minha eterna prima Tina

flor colhida( elegia á um velório)


Certo dia um grande jardineiro
Encantou-se ao passear por entre as orquídeas
E admirar tudo que lhe pertencia
Mas faltava algo em tudo aquilo
Uma semente que jamais brotara
Que o jardineiro há tempos entesourara
Para o momento propício
Decerto, como dono da preciosa semente
Seria ele próprio a cuidá-la
Contudo elegeu floristas e cuidadores
Dentre os de maior renome
Para a pequena semente cultivar
E por conseguinte fazê-la desabrochar
Entenda-se que o grande jardineiro
Jamais deixaria nada prejudicar o desenvolvimento
Daquela espécie tão bela

Ao passo que a semente ganhava forma
E a mais exímia beleza
Que de todos se tornara notável,
Mais cresciam os cuidados e o amor
Dos floristas e do jardineiro por aquela flor

Enfim no auge da exuberância e do perfume
A flor havia chegado
Os floristas mais do que nunca cuidavam-na
Para que tão cedo não se fosse
Entretanto, o grande jardineiro ao visitá-la
Em muito se alegrou e de gozo encheu-lhe a alma
Finalmente havia chegado a hora

Ele agradeceu aos floristas, que 
Dispuseram seu tempo e vida para cultivá-la
E torná-la a mais bela
E explicou-lhes que chegara o momento
De trocá-la do vaso à terra, e levá-la consigo

Todos espantados e aos prantos, sabiam de antemão 
Que a qualquer momento isso aconteceria
Haja visto que eram meros cuidadores
E o dono da planta, de fato
Era o grande jardineiro
Então para maior decepção não causar,
Sutilmente o grande mestre cuidar em 
Transportar a linda flor para o campo,
Ao lado de sua casa

Sob a luz do alvorecer, a fincou no mais fértil solo
Solo tal onde as plantas e flores plantado
Jamais esmorecem ou morrem.
Ali eternamente a espécie rara viverá
Com a luz e alimentos necessários

Aos floristas como consolo, concedeu-lhes mais sementes
Para que cuidem e alegrem-se nisso
Sabendo que terão para sempre
Em suas almas
O perfume de uma das mais belas flores já vista.
                                                          
                                                                TINA 

Sem inspiração (to marii)



Mesmo que o ardor
Angustiante da ausência
Me venha quase por inteiro corroer
E pouco a pouco
Cuidadosamente possua
Parte por parte de mim
A espera será a única solução


Poderia eu qualquer hora dessas
Lançar-me do 13° andar,
Ou ainda tropeçar em muletas qualquer
Em uma avenida
Pensei que
Gritaria e agiria
De forma a chamar-te a atenção
Tolo que sou!


Nem sei ao menos
O que dizer-te quando chegar
Nem sei por que profiro
Teu nome em tons roxos
Nada sei sobre ti
Nem sei o que quero agora
Por que te teria de volta?


Caprichos de poeta
Em busca do mais ínfimo sentimento
Para compôr em seu primeiro dia sem inspiração.

By:O.S.Q.Júnior.

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